terça-feira, 19 de agosto de 2008

Sistema Multiponto: beneficios a empresários de Bonito

Os empresários de Bonito, em Mato Grosso do Sul, sabem bem que os meios eletrônicos de pagamento são importantes ferramentas que devem fazer parte do dia-a-dia da empresa. Há cerca de dois anos, a expansão da comercialização via cartão de crédito trouxe facilidades para os turistas e empresários da região turística, resultando no aumento de venda dos pacotes turísticos e no crescimento local.

Até o fim de 2006, devido à demora no repasse de valores das agências de turismo aos atrativos turísticos, boa parte dos empresários passou a optar por não trabalhar com cartão de crédito. A decisão gerou prejuízos, já que grande parte dos turistas que até hoje visita Bonito, principalmente os estrangeiros, prefere, por questões de segurança e comodidade, pagar os passeios turísticos com cartões.

O problema existia porque os atrativos turísticos de Bonito ficam localizados em região montanhosa, o que impossibilita a implantação de redes de telefonia fixa e móvel, item necessário para o funcionamento das máquinas de cartão de crédito. Sem linha telefônica, o turista não tinha a opção de pagar com cartão de crédito o passeio desejado no próprio local do atrativo. Os passeios eram fechados apenas nas próprias agências de turismo, responsáveis por repassar posteriormente os valores aos atrativos turísticos.

De acordo com o presidente da Associação de Atrativos Turísticos de Bonito e Região (Atratur), Ricardo Constantino, nessa sistemática perdia o turista, por não ter a opção de pagar o passeio com cartão de crédito diretamente no atrativo turístico; e perdia também o empresário do atrativo turístico que, por não dispor do serviço de cartão, muitas vezes perdia clientela. Outro problema era em relação à demora das agências no repasse dos valores pagos.

O empresário Eduardo Folley Coelho, proprietário do Recanto Ecológico da Prata, em Jardim, município de Bonito, e da Estância Mimosa Ecoturismo, na mesma cidade, lembra as dificuldades. "Não tínhamos nem como oferecer ao turista a opção de pagar parcelado o passeio turístico. Se sem parcelar as agências já demoravam para nos repassar o pagamento, imagine se esses valores fossem ainda parcelados", explica.

Com o objetivo de solucionar esses problemas, a Atratur buscou uma grande empresa do mercado brasileiro de meios eletrônicos de pagamentos, responsável pela afiliação e relacionamento com os estabelecimentos comerciais que aceitam cartões de crédito e débito.

O pleito da Atratur veio ao encontro do programa desta empresa, que contempla 25 cinco destinos turísticos do Brasil, sendo Bonito um deles. Esses destinos são escolhidos para serem trabalhados devido a uma série de fatores, como fluxo turístico e dificuldades financeiras. "Por meio deste programa trabalhamos durante todo o ano a cadeia de valor da cidade, não tendo como foco apenas questões monetárias", afirma o diretor comercial e de marketing da Visanet, Eduardo Gouvêa.

Como resposta aos empresários de Bonito, foi criado o projeto-piloto 'Multiponto'. Trata-se de um Point of Sale - maquinetas de captura de transações, conhecidas tecnicamente como terminais POS (da sigla inglesa para ponto de venda), com opções específicas dos atrativos turísticos.

Hoje, na prática, a sistemática funciona da seguinte forma: para cada atrativo turístico, existe uma opção no POS. Na hora em que o turista for fechar um pacote de passeios com diferentes atrativos, será digitado o número correspondente ao atrativo, direcionando automaticamente o valor para a conta-corrente do CNPJ desse atrativo. As agências permanecem recebendo cerca de 20% de comissão sobre os passeios.

O novo serviço trouxe de volta para os meios eletrônicos de pagamento vários empresários que tinham optado por não trabalhar com cartão de crédito. "Com o Multiponto, os atrativos turísticos ganharam a oportunidade de oferecer aos seus clientes o pagamento com cartão, inclusive podendo parcelar. O Multiponto também contribui para melhorar a relação entre os atrativos e as agências de turismo", comenta o empresário Eduardo Folley.

"Essa iniciativa é inovadora: promoveu a acessibilidade aos atrativos turísticos e ao mesmo tempo possibilitou o aumento das vendas", afirma o analista técnico da unidade de Atendimento Individual do Sebrae/MS, Vagner Alexandre.

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